24 fevereiro 2014

Eu finalmente encontrei quem eu havia perdido: Eu mesma.

Certa vez uma garota passou por mim e me perguntou: “Como faço para voltar atrás? Gostaria de mudar algumas atitudes do meu passado...”.
Eu fiquei perplexa e quis consolá-la, ela ficou me olhando com os olhos cheios de lágrimas e sentou-se à minha frente esperando uma resposta minha. Eu realmente por um momento não soube o quê dizer a aquela garota tão inocente, indefesa e ingênua; mas ela estava ali, sentadinha à espera de minhas palavras como resposta.

Nesse instante eu comecei a refletir sobre meu passado, onde eu errei, onde eu tropecei onde eu troquei os caminhos. Refleti sobre todas as minhas escolhas e atitudes que haviam me trazido até aquele presente momento, enquanto isso a menina continuava a me olhar atentamente.

Eu olhava para ela e buscava as respostas exatas sobre seu questionamento confuso e insólito. Mas todas fugiam da minha mente e eu não conseguia encontrar palavras cabíveis para ela, nem conseguia dizer apenas: “Não podemos voltar ao passado”, ou, “não se arrependa de seus erros, pois eles te fizeram chegar até onde você está”. Frases clichês nas quais eu sempre estou acostumada a pregar, essas não eram suficientes naquele momento.

Eu me senti encurralada e obrigada a encontrar o verdadeiro sentido de não voltar ao passado.
Me senti vazia e cheia de dúvidas, me senti como um grão de areia junto a tantos outros, me senti incapaz por não poder responder uma pergunta visivelmente tão fácil.

Foi aí que eu procurei dentro de mim a resposta, eu olhei fixamente a garota sentada à minha frente e perguntei-lhe: Qual o principal motivo desse seu desejo de voltar ao passado?.
Ela me respondeu sem ao menos titubear: “É que eu me perdi de mim mesma enquanto eu planejava meu futuro, e eu tenho medo que essa parte de mim que se perdeu, não tenha realizado aquilo que eu planejei tão minuciosamente, então quero encontra-la de novo...”.

Confesso que aquele momento lágrimas encheram meus olhos, foi ai que eu percebi que aquela garotinha era eu.
Eu há uns anos atrás, uma parte de mim inocente que eu jamais poderia ter perdido no caminho.
Eu olhei para ela e disse, encontrei a resposta para sua pergunta. Ela se colocou bastante atenta e pediu para que eu a respondesse, então lhe disse:

- Seu passado não pode ser mudado, você não pode mais voltar atrás, tudo o que você já fez, passou; tudo o que já viveu passou, não volta mais só deixam marcas, cicatrizes e experiências. Os anos iniciam-se e acabam rapidamente, você erra, aprende, acerta e cresce.  Você não pode se sujeitar a viver em busca do passado para mudar seu destino, você não precisa se arrepender de algumas atitudes, só precisa não toma-las novamente, essas servem para você decidir melhor o que faz ou deixa de fazer em sua vida, eu estou aqui, eu sou a parte de você que se perdeu, olha quem eu me tornei; uma pessoa fria, sozinha, carente, sem medos, sem receios, magoada, machucada, em busca de uma vida que jamais posso encontrar sozinha, sem forças, sem vontades, sem planos, sem metas, sem foco e principalmente sem eu mesma.

A garota assustada me olhou e disse: “então o que eu posso fazer para realizar todos os planos que eu fiz pra você?”.
Eu a olhei e respondi: “Vem cá, segura minha mão e não solta. Vamos trilhar juntas nosso caminho, vamos nos unir novamente e vamos realizar cada plano seu, vamos, não querer voltar ao passado, mas fazê-lo ter valido a pena.”

Eu e ela seguramos nossas mãos, levantamos e olhamos para frente, agora juntas, e começamos a caminhar. A trilhar nosso novo caminho, agora regidas por um misto de razão e emoção, uma mulher madura e cheia de experiências com uma garota ingênua cheia de planos e motivos. Estamos caminhando juntas, ela não mais pensa em voltar ao passado e eu? Ah, eu não me arrependo de tê-la encontrado.


Você acha que se perdeu em algum momento de sua vida? Acha que deixou para trás algum plano que tanto foi importante para você? Eu convido você a fazer uma viagem dentro de si próprios e procurar aí dentro, quem um dia você deixou para trás: Você mesmo!

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